O “Olhar sem fronteiras” nasceu de um grupo de empreendedores e inovadores paranaenses ávidos por criarem e encontrarem novas soluções que possam contribuir para práticas alinhadas à cultura ESG – Environmental, Social and Governance e que reúne-se periodicamente para o debate de novas ideias e de questões como, por exemplo, a redução do efeito estufa, a economia verde e inovações.
Este tema está em voga em boa parte do mundo por conta das disrupções, especialmente nos setores de energia, transportes e produção de alimentos, e pelo excesso de liquidez financeira internacional junto a fundos de investimento mundiais, ávidos por projetos sustentáveis.
Acreditamos que existem grandes oportunidades a serem exploradas, mas, para isso, é preciso que exista também um Olhar dedicado à Inovação e uma união de esforços da quádrupla hélice, que envolve: setor produtivo, governos, academias e sociedade em prol de bons projetos de desenvolvimento.
Temos ciência também da potência de Itaipu Binacional, de sua importância para o Estado do Paraná, para o Brasil e para o Paraguay e dos muitos e exitosos projetos voltados ao desenvolvimento sustentável executados pela Binacional desde que ampliou sua missão para gerar energia de qualidade com responsabilidade social e ambiental no Brasil e no Paraguay.
Contudo, é necessário um Olhar Sem Fronteiras, que possa vislumbrar e promover o desenvolvimento sustentável para além de fronteiras nacionais – neste momento, para além do Brasil e do Paraguay.
Em 2009, o Brasil apresentou ao Paraguay a ideia de criar um fundo de desenvolvimento gerido pela Itaipu Binacional, que fosse voltado ao financiamento de projetos-chave para Brasil e Paraguay e que tivesse foco no financiamento de projetos estruturais e de agregação de valor.
Agora, em 2022, um grupo de empreendedores e inovadores paranaenses retoma e propõe um incremento a esta ideia: expandir a área de abrangência à toda a região da interland, entendendo que há características que irmanam essa região no que tange à economia verde (aquela demandada pela Agenda 2030) e também o seu green nexus: água – produção de energia – produção de alimentos.
O Fundo de Desenvolvimento do “Olhar sem fronteiras” poderá financiar, tanto projetos estruturais – como a ferrovia bioceânica –, quanto projetos de agregação de valor – como novas tecnologias agrícolas. E, a partir deste Fundo, a interland poderá se consolidar como a maior produtora de energias renováveis do planeta, inclusive hidrogênio verde, combinado com novas tecnologias de armazenamento, o que fortalecerá ainda mais a produção de alimentos, e também poderá financiar projetos de turismo sustentável e transnacional, inserindo e fortalecendo os povos originários e conservando a biodiversidade.
“Trata-se da real viabilidade de integrar, conectar a porção Centro – Sul do continente por meio de um ciclo de desenvolvimento virtuoso e integrado, com aproveitamento sinérgico das vocações regionais, tendo como irradiadora a Itaipu Binacional, o Estado do Paraná e Paraguay.
O que se busca é aplicar de forma mais efetiva os recursos provenientes da negociação do Anexo C da Itaipu Binacional, adotando os princípios da sustentabilidade – ESG; inovação e transformação digital e internacionalização.
O Fundo irá fomentar o Desenvolvimento Territorial Sustentável – DTS da Interland Centro – Sul Americana, com foco em infraestrutura e logística; e geração de energia limpa e renovável, aliada à otimização da produção e processamento de alimentos de forma sustentável, consolidando a Interland como o mais relevante player ESG.
O “Olhar sem fronteiras” permitirá que se compreenda e se pratique a Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, de uma forma colaborativa e diversa, em torno de uma proposta de valor única, gerando uma configuração coesa e virtuosa de interconexões e interdependências entre múltiplos atores.
São muitas as oportunidades de desenvolvimento inclusivo e sustentável que poderão surgir a partir de investimentos em projetos-chave. Bons projetos atrairão recursos financeiros determinando um alto fator multiplicador de capitais para um fundo de desenvolvimento capitaneado por Itaipu Binacional, promovendo um modelo de desenvolvimento transfronteiriço, inovador e inclusivo, que vai irmanar ainda mais os povos do Centro-Sul da América do Sul.
A Itaipu Binacional é a maior geradora de energia limpa e renovável do Planeta, com aproximadamente 2,9 Bilhões de gigawatts de energia gerados desde o início de suas atividades, nos anos 80, e responde por cerca de 85% da energia consumida no Paraguay e 10% da energia consumida no Brasil.
A região urbana em que está instalada, com cerca de 1 milhão de pessoas vivendo em 6 cidades dos 3 países – Argentina, Brasil e Paraguay – constitui uma Metrópole Trinacional Sustentável, que, aliás, é fruto, também, da própria instalação da Binacional e dos seus inúmeros projetos. Além, é claro, do turismo impulsionado pelas Cataratas do Iguaçu e da dinamicidade do setor produtivo trinacional, que trabalha de forma integrada, propiciando à sociedade a rica experiência de viver em 3 países.
Todos os esforços empreendidos pela Binacional e pela hélice quádrupla da Região Trinacional tornam reais as possibilidades de transformar este modelo de desenvolvimento transfronteiriço integrado em um megaprojeto de desenvolvimento a ser irradiado à toda a porção centro-sul da América do Sul, gerando um círculo de desenvolvimento virtuoso com aproveitamento sinergético das vocações regionais, tendo como centro a portentosa ITAIPU BINACIONAL.
Os principais parceiros comerciais de Brasil, Argentina e Paraguay estão na Ásia. A infraestrutura de transportes e a logística para o continente asiático impacta diretamente os custos das exportações e, assim sendo, uma saída direta para a Ásia é fundamental, pois, além da China, dentre os 10 principais parceiros comerciais de nosso país estão Coreia do Sul, Singapura e Japão. Ainda, investir na multimodalidade e no modal ferroviário para o transporte a grandes distâncias terrestres é, não apenas mais viável economicamente, mas mais adequado ao Brasil e à América do Sul e é também mais sustentável do ponto de vista ambiental – indo ao encontro da Agenda 2030 das Nações Unidas.
Cientes da importância da integração do continente e das lacunas de infraestrutura, os países da América do Sul criaram a Iniciativa para a Integração Regional Sul-Americana – IIRSA e o Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento – COSIPLAN, que propôs Eixos de Desenvolvimento com foco em infraestrutura e conectividade. Dois desses Eixos tem como centralidade a Metrópole Trinacional Sustentável e a Itaipu Binacional:
Dentre as propostas de ligações bioceânicas, a tecnicamente mais viável (BNDES, 2011) é a ferrovia entre Paranaguá e Antofagasta (cruzando o Paraná, chegando à Região Trinacional e seguindo aos países vizinhos). Analisando o Eixo da Hidrovia Paraguai – Paraná e considerando a eclusa planejada pelo COSIPLAN e desejada por Itaipu Paraguay, novamente a Região Trinacional e a Itaipu Binacional estão na centralidade.
Quanto mais ligações bioceânicas – sejam rodoviárias ou ferroviárias – melhor para o desenvolvimento integrado e sustentável da América do Sul. Há uma feliz sinergia de ligações bioceânicas e a ferrovia bioceânica de Paranaguá a Antofagasta vem a somar a essa rede de conexões.
Unidas as áreas de abrangência dos dois Eixos, identifica-se a interland do Centro-Sul da América do Sul, composta por 6 países (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguay e Uruguay), em uma área de 4,5 milhões de km², com 115 milhões de pessoas – cerca de 25% da população e da área da América do Sul.
A partir dos mapas da IIRSA – Cosiplan para os Eixos de Desenvolvimento, foi tomada como área de abrangência a integralidade dos entes subnacionais (estados, departamentos províncias) de cada um dos 6 países integrantes da Interland: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguay e Uruguay.
Nesta Interland do Centro-Sul vivem cerca de 115 milhões de pessoas, em uma área de 4,5 milhões de km², ou cerca de 25% da população e da área da América do Sul.
“Sabemos que a sociedade industrial está em transição para a sociedade do conhecimento, passando por disrupções constantes que tendem a se acelerar até 2035 (Seba, 2020). Daí, a proposta de que os projetos estruturais e de agregação de valor a receberem investimentos do Fundo serão organizados em ecossistemas, com 2 eixos transversais. Deste modo, o que se busca é compreender e praticar a inovação para o desenvolvimento sustentável de uma forma colaborativa e diversa, em torno de uma proposta de valor única, gerando uma configuração coesa e virtuosa de interconexões e interdependências entre múltiplos atores.
Acesse os documentos dos projetos iniciais
Acesse mais dados e informações sobre o território compreendido pela Interland do Centro-Sul da América do Sul:
Copyright © 2023